Visualizações de Página

segunda-feira, 1 de abril de 2013

     Essa manhã, abri os olhos e pela cortina entreaberta vi os incandescentes raios de sol que adentravam no meu quarto e iluminavam cada cantinho.
     Levantei-me, e caminhando até o espelho, vi refletida a imagem de uma  mulher de olhos castanhos e cabelos encaracolados que balançava a cabeça em desaprovação com um leve tom de ironia.
     Uma mulher formosa, com as bochechas rosadas e os contornos de seu rosto levemente amassados por ter dormido sobre a coberta.
     Em seguida, ouvi vindo de fora, um choro familiar mas que eu não soube dizer certamente de quem era. Segui pelo corredor e encontrei uma porta encostada. Olhando pela fenda, observei uma criança coberta, deitada num berço branco com o rostinho todo molhado por lágrimas insistentes. Peguei-o no colo e o embalei por um longo tempo cantarolando uma cantiga que minha mãe ensinou pra mim quando eu era mais nova.
     Logo o reconheci. Era um menino lindo, o MEU menino, que agora estampava um sorriso lindo e brincava com os meus cabelos. Que belos olhos... Me lembrava um amor antigo, que incomodava por lembrar de tudo o que que eu não teria feito.
     O relógio soou as 11:00 e minha barriga roncava, então, caminhei até a cozinha e resolvi cozinhar algo.
Sentei o garotinho em uma cadeira que encontrei na copa e o deixei ao meu lado comendo uma bolacha de maisena que estava no armário, e resolvi cozinhar batatas e refogar um arroz.
     Tudo aquilo me era familiar, exceto pelo fato de não me lembrar com clareza. Terminei o almoço e sentei-me para comer, ouvi a garagem se abrindo e vi um carro parado fronte a porta, de onde descia um rapaz bonito, que aparentava ter lá os seus 30 anos.Seus traços leves e a barba por fazer, me deu a certeza de que aquele era o amor da minha vida, que agora caminhava lentamente em minha direção. Me pegou pela cintura e me tomou em seus braços e com um beijo lento e terno. Só fomos interrompidos pelas gargalhadas do meu anjinho.
     Passei as mãos pelos seus cabelos e lhe perguntei sobre o seu dia. Servi o almoço e passamos cerca de uma hora sorrindo e trocando olhares, e só aí eu me lembrei de tudo o que eu vivi até ali.
     Aquele era o meu conto de fadas e eu não queria abrir os olhos... Então, recostei-me em seu peito e senti que aquele ali era o meu lugar.
                                                               


Nenhum comentário:

Postar um comentário